Qual a finalidade do jejum para a anestesia?

jejum é uma das principais medidas de segurança no preparo pré-anestésico e é muito importante que seja respeitado o tempo mínimo orientado pelo médico. Os pacientes, em geral, têm muitas dúvidas e questionamentos sobre o porquê do jejum, mas o motivo é um só: o paciente deve estar com seu estômago vazio a fim de evitar a regurgitação (vômito) e consequente aspiração, uma vez que quando uma pessoa recebe anestesia os seus reflexos ficam diminuídos e ela não consegue expelir substâncias.

A presença de conteúdo do estômago dentro das vias respiratórias e dos pulmões (broncoaspiração) pode levar a quadros extremamente graves, sendo sem dúvida umas das situações mais temidas pelos anestesistas. A gravidade do quadro varia de acordo com o conteúdo aspirado: quanto mais sólido e mais ácido, maior a chance de obstrução das vias aéreas e também de lesão do tecido pulmonar com consequente pneumonia.

Quanto tempo em jejum é preciso para ficar com o estômago vazio?

Trata-se de um tema de grande interesse e relevância, sendo realizados sistematicamente estudos que definiram o período de 8 horas como tempo suficiente para o completo esvaziamento gástrico de 95% da população sem doenças associadas, para qualquer tipo de alimento.

Dependendo do tipo de líquidos ou sólidos ingeridos, existem algumas variações mais flexíveis    para o tempo mínimo de jejum:

  • Líquido não particulado (água, suco de fruta sem polpa, café e bebidas gaseificadas): 2 horas
  • Preparo para Colonoscopia com Manitol: 3 horas
  • Leite Materno: 4 horas
  • Leite não Humano: 6 horas
  • Fórmulas Infantis: 6 horas
  • Refeição Leve (torrada, bolacha sem recheio) e líquidos particulados: 6 horas
  • Refeição Sólida (carne, frituras e alimentos gordurosos): 8 horas

Certas condições clínicas podem aumentar e muito esse tempo, é o caso das gestantes, dos pacientes com insuficiência renal crônica e dos pacientes com injúrias intestinais, por exemplo. Nesses casos, consideramos os pacientes sem jejum e atuamos de uma forma específica conforme esta realidade – que é a mesma dos acidentes e emergências em geral.

A individualização caso a caso é importante para as medicações de uso contínuo do paciente. Algumas medicações devem ser suspensas no dia da cirurgia ou até mesmo com certa antecedência, já outras devem ser mantidas e tomadas conforme prescrição, com auxílio de mínima quantidade de água para a deglutição. Verifique sempre com o seu médico qual medicamento deve ser continuado ou suspenso.

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